segunda-feira, 27 de julho de 2009

SABEDORIA INDIGENA TUPÃ E A CRIAÇÃO!


Nós, os Índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento."Observa, escuta, e logo atua - nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes.Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar".Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. Chamam isso de "resolver um problema". Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem.Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês. Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permití-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas... Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio. O Criador, cujo coração é o sol, tataravô desse sol que vemos, soprou seu cachimbo e da fumaça desse cachimbo se fez a Mãe Terra. Chamou sete anciãos e disse: gostaria que criassem ali uma humanidade. Os anciãos navegaram em uma canoa que era como uma cobra de fogo pelo céu; e a cobra-canoa levou-os até a Terra. Logo eles ali depositaram os desenhos-sementes de tudo o que viria a existir. Então eles criaram o primeiro ser humano e disseram: você é o guardião da roça. Estava criado o homem. O primeiro homem desceu do céu através do arco-íris em que os anciãos se transformaram. Seu nome era Nanderuvuçu, o nosso Pai Antepassado, o que viria a ser o sol. E logo os anciãos fizeram surgir as águas do grande rio Nanderykei-cy, a nossa Mãe Antepassada. Depois que eles geraram a humanidade, um se transformou no sol, e a outra, na Lua. São nossos tataravós

ORAÇÃO INDÍGENA DEDICADA A MÃE JUREMA

Oh! Grande Espírito,Cuja voz ouço nos ventos, e cujo alento dá origem a toda a vida. Ouça-me, sou pequeno e fraco, necessito de Sua força e sabedoria. Deixa-me andar na beleza,Faze meus olhos contemplarem sempre o vermelho e o púrpura do Pôr do Sol. Faze com que minhas mãos respeitem as coisas que criastes,e que meus ouvidos sejam aguçados para ouvir a Tua voz. Faze-me sábio para que eu possa compreender as coisas que ensinaste ao meu povo. Deixa-me aprender as lições que escondeste em cada folha, em cada rocha. Busco força. Não para ser maior que o meu irmão,mas para vencer o maior inimigo, eu mesmo. Faze-me sempre pronto para chegar a Ti,com as mãos limpas e olhar firme, a fim de que quando a vida se apague,como se apaga o poente, o meu espírito possa chegar a Ti sem se envergonhar. Que você possa vir pela água, pelo vento,caminhos limpos ou cheios de folhas de outono. Mas que, de qualquer modo, você venha, e que se cumpram todas as profecias dos Deuses e Deusas que um dia nos conheceram,quando éramos ainda mais crianças em espírito. Que se cumpram todas as promessas que fizemos um ao outro,sob a luz da lua e enquanto tínhamos o solo sagrado sob os nossos pés .Eu te consagro nesse momento e em todos os outros em que ainda vou olhar o horizonte distante, e esperar por você. Eu peço o poder das estrelas e de toda a dança do Universo,Para receber você em meu coração, de onde, na verdade, você nunca saiu.